quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

FOTOGRAFIA COMO FONTE HISTÓRICA

Para Kossoy (1989), “Toda e qualquer imagem fotográfica contem em si, oculta e internamente, uma história: é a sua realidade interior, abrangente e complexa, invisível fotograficamente e inacessível fisicamente” (KOSSOY, 1989, p. 47).
Pode-se citar como exemplo a icônica fotografia conhecida como “homem tanque”, uma das fotografias mais famosa da história recente. A imagem foi obtida durante um Protesto em Pequim no dia 05 de junho de 1989 em uma repressão que resultou em centenas de mortes, um homem solitário entrou na frente de vários tanques que passavam na Praça Tiananmen. Após o episódio e com o recurso da fotografia, o desconhecido homem se tornou símbolo contra a opressão em todo mundo.

Fotografia tirada por Stuart Franklin em 5 de junho de 1989 para a revista Time durante protestos em Pequim. Disponível em: http://lens.blogs.nytimes.com/2009/06/03/behind-the-scenes-tank-man-of-tiananmen/?_r=1. Acesso em 17 de julho de 2015.


A imagem acima foi tirada pelo fotografo Stuart Franklin em uma reportagem para a revista Time. A fotografia consegue transmitir uma série de elementos capazes de nos ajudar a compreender a história naquele momento. Um ônibus queimado, uma coluna de tanques, a sombra das arvores que nos permite ter uma real noção do tempo e o solitário homem o faz uma das mais belas fotos da atualidade.    
Se está vivendo em um mundo midiático, em que as fotografias estão presentes no nosso cotidiano em um ritmo cada vez maior, devemos pensar a fotografia como um recurso além da figura expositiva, explorando melhor seu potencial como fonte de dados, buscando entende-la em seu contexto e extraindo informações importantes que possa auxiliar no presente. 
O estudo das fontes fotográficas no conjunto de suas peculiaridades não exclui a atitude reflexiva e o questionamento que, desde o primeiro momento, deve existir por parte do sujeito do conhecimento em relação ao objeto de investigação, seja a reconstituição do processo que deu a origem ao documento em si, seja a devida interpretação do fragmento visual da realidade passada nele contido (KOSSOY, 2009, p. 20).